Estive demasiado tempo sem escrever. Escrever, mesmo escrever. Sentar-me, focar-me num ponto e imaginar uma estória, para depois a escrever no computador, ou à mão. Anteontem o bloqueio foi quebrado [estava com receio de não ter alma de escritora, porque uma vez um escritor foi à escola e disse que a maioria das pessoas escreve, mas apenas quem continua a escrever depois dos 21 anos é que tem verdadeiramente alma de escritor. Não é que eu tenha 21 anos, mas os meus 20 parecem escassear demasiado depressa...].
Escrevi e escrevi. Só parei quando a imaginação se esgotou e o sono me esgotou. E então reli. Não estava à espera de ter escrito um parágrafo inteiro que poderia ser incluído na minha autobiografia, se um dia a fazer...

Queria sempre mais, buscava o infinito. Fugia da banalidade e do rotineiro, da inutilidade do quotidiano e da repetição dos dias. Não se contentava com o que o horizonte lhe oferecia. Incontáveis nasceres e pores do sol… queria o que estava além da ténue linha que separava o céu da terra ou o céu do mar. Não, o horizonte não lhe chegava, porque o via todos os dias ou porque estava ao alcance da sua mão.

"Happiness is a sad song..."