Fica... aí

Não venhas, não venhas, não venhas! Não quero que venhas já, por puro egoísmo. Porque se vieres não vai ser tudo como eu tenho imaginado neste tempo todo. E já não vais cair de amores por mim como eu tenho sonhado que um dia farás. Se vieres agora vais passar por mim sem me reconhecer. Depois destes poucos anos... vais chegar, cumprimentar-me e partir de novo. E de novo aqui ficarei.
Não venhas, porque se o fizeres vais-me partir o coração quando fores embora. Não venhas porque a distância e a ignorância me fizeram apagar-te do meu consciente.
E assim, só te vejo e toco [e me tocas] em sonhos...
Não venhas, mesmo que não tenhas mais nada para fazer. E assim posso festejar descansada.
Não venhas porque tenho medo que te apaixones por uma das minhas amigas. E decidas ficar, como se nunca daqui tivesses saído.
Penso em mim, apenas em mim, enquanto escrevo estas palavras. Não quero que venhas, porque no sonho e na imaginação tudo pode ser perfeito. Mas a realidade pode ser agoniante, assim como a desilusão... e não há nada como a faca da desilusão a espetar-me no peito, ferindo-o ainda mais...
Não venhas, peço-te. Ouve-me, aí onde estiveres. Não venhas, por favor.


"Happiness is a sad song..."