Era mesmo disto que eu estava a precisar. Dormir até não ter sono. Não fazer planos. Não ter planos agendados há vários dias. Desligar o telemóvel. Tomar o pequeno-almoço/almoço descansada. A seguir tomar café e ler o jornal calmamente, junto à minha janela preferida da sala, por onde o sol podia entrar sem interferências e deitar aquele manto quente e suave por cima de mim enquanto eu lia sobre as catástrofes que iam acontecendo por este mundo fora. Incrível como conseguimos ler notícias sobre mortes e assaltos de forma tão pacífica, não? A seguir conversar com amigos. Telefonar para a biblioteca para prolongar o prazo do livro que estou a ler. O Nome da Rosa, finalmente. Ver televisão e não prestar atenção ao que vejo. Tomar chávenas seguidas de chás e ler. Hoje foi um dia perfeito, apesar de não ter feito nada de especial. Afinal, até o que não é assim tão especial acaba por sê-lo, quando lhe sentimos a falta, certo? São os pequenos prazeres que fazem a vida perfeita. À noite um convite imprevisível para um café, amigos com novidades fantásticas, com episódios para contar, para me contar, cafés pagos por aquele senhor simpático e algumas bebidas depois disso, para animar os espíritos e fazer esquecer o frio. Parece que acordei de um pesadelo. Estranho, não? Como uma vida descontraída e feliz pode ser adiada por encargos e tarefas que não nos agradam, por termos de lidar com pessoas com quem preferíamos não ter de lidar, por termos de ir a sítios onde não queremos, realmente, ir; por termos muitas e muitas coisas para fazer, por termos de olhar constantemente para o relógio, por termos de adiar sorrisos amigos. Não é assim tão mau, mas não é assim tão bom. Consigo imaginar-me nesse tipo de vida, mas sei que vou sentir falta da calma que pude experimentar este sábado. Calminho, como as ondas do Douro, hoje... sim, esqueci-me de mencionar o passeio, aquele passeio.
"Happiness is a sad song..."
"Happiness is a sad song..."
5 comments:
Desculpa, não me quero armar em detective e, muito menos, demonstrar a minha geniosidade. Mas o passeio junto ao douro foi sozinha, certo? Porque, se tinhas o telemovel desligado não poderias ter combinado com ninguém e se não tinhas planos feitos para hoje... hum... suspicious =p
Ahhhh o Douro... Luninha, para a próxima tens de vir comigo para um passeio junto ao tejo =D
também quero frio. também quero dias assim!
beijinhos
Olá Luna
Gosto de te lêr.
è bom, tirar de vez enquando um tempito só para nós, sabe bem , reconforta e nos deixa escutar tb o nosso interior, muitas das vezes esquecido pelo stress e pelos nossos, amores e desamores , encontros e desencontros e afins....
« a vida é feita de pequenos
nadas »
tens razão quando dizes que « os pequenos prazeres é que fazem a vida ...»
agora perfeita ou imperfeita...não te preocupes , pq aquilo que é importante ,é q ela pra ti o seja .
o Douro é lindo , uma terapia .....
beijito
Gosto da conjugação perfeita que fazes com as palavras. É como que um misto de sinceridade, simplicidade e realidade que torna a tua escrita assim...Deliciosa:)*
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