Apercebi-me de que, de início, digo sempre não. E pergunto-me porque será. Talvez para poder pensar melhor antes de voltar atrás ou corroborar. Talvez porque sou demasiado desconfiada. Talvez porque é a palavra em que mais penso. Talvez porque sou do contra. Talvez porque sim. Ou tudo atrás indicado. Se por uma vez digo sim, por impulso, soa-me estranho, parece errado, alguma coisa está mal. Bom, hoje disse que não, mas sem a convicção de antigamente. Sim, estou a referir-me ao trabalho, que é tudo o que me resta da minha vida social de outrora (ah, benditos tempos de faculdade!). Disse que não, mas arrependi-me, mas quase não tive tempo de dizer não, pelo que quase não tive tempo de me arrepender, porque a pergunta foi retórica, ou quase, foi como uma pergunta cuja resposta já se sabe, ou tem-se a certeza que se sabe e não há sombra de dúvidas para mais nada.
Talvez porque o trabalho é quase tudo o que preenche o meu dia enquanto estou acordada, e talvez porque sinto a falta do convívio de antigamente, acabo por misturar trabalho com prazer, apesar de que fazer o trabalho que faço já é um prazer por si só, pelo menos de vez em quando. Sou complicadinha. Mas esquecendo este juízo de valor que só serve para complicar, posso dizer que me deixei levar e não queria, mas ao mesmo tempo queria, e aceitei um almoço com perfeitos desconhecidos, que me arrastaram e contrariaram a minha contradição e me encheram um copo com vinho branco geladinho que foi como mergulhar no mar depois de estar muito tempo ao sol, e me fizeram perguntas sem fim, e me fizeram sentir como uma pessoa em vez de jornalista (tenho tido dificuldade em compartimentar estas duas qualidades). O que aconteceu foi que fiz amigos para uma vida, não aquele tipo de amigos que está sempre atrás de nós ou o contrário, ou aquele tipo de amigos com quem falamos todos os dias, mas aqueles que estão lá quando é preciso, mesmo que seja só daqui a 20 anos. No fundo, no fundo, teria sido um sim bem dado...
"Happiness is a sad song..."
Talvez porque o trabalho é quase tudo o que preenche o meu dia enquanto estou acordada, e talvez porque sinto a falta do convívio de antigamente, acabo por misturar trabalho com prazer, apesar de que fazer o trabalho que faço já é um prazer por si só, pelo menos de vez em quando. Sou complicadinha. Mas esquecendo este juízo de valor que só serve para complicar, posso dizer que me deixei levar e não queria, mas ao mesmo tempo queria, e aceitei um almoço com perfeitos desconhecidos, que me arrastaram e contrariaram a minha contradição e me encheram um copo com vinho branco geladinho que foi como mergulhar no mar depois de estar muito tempo ao sol, e me fizeram perguntas sem fim, e me fizeram sentir como uma pessoa em vez de jornalista (tenho tido dificuldade em compartimentar estas duas qualidades). O que aconteceu foi que fiz amigos para uma vida, não aquele tipo de amigos que está sempre atrás de nós ou o contrário, ou aquele tipo de amigos com quem falamos todos os dias, mas aqueles que estão lá quando é preciso, mesmo que seja só daqui a 20 anos. No fundo, no fundo, teria sido um sim bem dado...
"Happiness is a sad song..."
5 comments:
Toda esta miscelânea faz parte do historial da vida.....
E os amigos são ramos da nossa árvore.
Bj
:)
Sabes o que te digo? "Não há coincidências", como diz M.R.Pinto, e acrescento: e acasos também não. Eu nunca acreditei em coincidências nem acasos... se algo aconteceu foi por algum motivo (não que estava pre-destinado, que eu também não acredito muito nisso), seja ele positivo (o que parece) ou negativo! :)
Beijocas
Obrigada pelas palavras de parabéns :D*
Palavras bonitas para descrever a ambiguidade de sentimentos e percepções, para elucidar as dicotomias características dos 'jovens trabalhadores' e do seu dia-a-dia:) Como sempre, gostei das tuas palavras. Um beijinho*
Mr. Charlie, olá querido ramo =D
Marta, que venham mais incoincidências, então! (de nada, os parabéns são para se dar sem esperar nada em troca)
Bruxinha, ah sim, o dia-a-dia dos jovens trabalhadores que por enquanto ainda dão os primeiros passos... uma longa viagem, começa por encontrarmos os nossos sapatos não é?
Beijinho*
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