quantos indecisos andam agora por aqui

Thursday, November 12, 2009

das pseudo-editoras

a propósito deste texto sobre pseudo-editoras que elogiam, ou melhor dão graxa, a quem tem blogues enaltecendo a sua escrita e propondo a publicação dos seus textos através de um modo funcionamento duvidoso em que pedem ao escritor uma comparticipação nos custos de produção, edição e/ou publicação

e a propósito deste outro texto que retrata também pseudo-editores que abafam debaixo de pilhas de livros mal editados – quer em termos de escrita, pela fraca qualidade da revisão, quer em termos de estética, pela qualidade das capas, páginas, etc. – os direitos dos autores, aproveitando-se das facilidades da impressão digital e da ingenuidade de quem anseia por ver uma obra sua publicada

apeteceu-me falar sobre duas propostas semelhantes que recebi, uma via email e outra via direct message no Twitter. não foram nada de especial, foram simples propostas do género "quer ver o seu texto/romance publicado?" a que eu respondi com um encolher de ombros que os autores das propostas não viram e um clicar no delete que esses mesmos autores não sentiram.

é que quem lê, de facto, este pasquim não chegaria ao ponto de elogiar o estilo de escrita ou os conteúdos, já que estes são de péssima qualidade, diga-se de passagem. por outro lado, quem lê este pasquim e presta a mínima atenção aos conteúdos deveria ter reparado que eu já me referi, mais do que duas ou três vezes, ao facto de não conseguir ou ter capacidade para escrever um romance a sério com cabeça, tronco e membros - ou melhor capa, páginas e lombada - nem ter paciência para e ser demasiado diletante para tal.

logo, se tivessem prestado atenção, não teriam sequer tido o trabalho de me propor alguma coisa relacionada com a publicação de textos ou romances. estas são as melhores provas do trabalho duvidoso a que estes nicks da internet – quem me diz a mim que são, de facto, editoras? – se dedicam sob a fachada de editoras.

isto faz-me perceber que o mínimo de ingenuidade no meio cibernético é demais e que também há bichos papões virtuais. apesar de considerar louvável a facilidade com que se conseguem fazer esse tipo de coisas como publicar livros, especialmente depois de ter falado com uma escritora que me contou, ontem, as suas peripécias ao longo de 30 anos para conseguir encontrar uma editora disposta a publicar aquele que era o seu sonho, penso que fazer as coisas pela via tradicional talvez seja o melhor, neste caso.

claro que não é fácil e é preciso bater a muitas portas que acabam por se fechar na nossa cara e que as cunhas passam-nos à frente dos olhos e não podemos fazer nada e que as críticas são sempre difíceis de aceitar quando falamos de sonhos pessoais ou esperanças acumuladas ao longo do período de escrita... mas deixar o desespero falar mais alto é como gritar as nossas fraquezas com um altifalante para os tais bichos papões. que não se fazem rogados.

adenda: mesmo a propósito, eis que recebo via Twitter mais uma proposta, desta vez em forma de reply. é preciso ter lata, não? ou estamos perante o caso de uma editora destas que é confiável?

"happiness is a sad song..."

1 comment:

Only Me said...

Adoro pseudo-editoras... (ironias...)

E é verdade, já te propusemos várias vezes que escrevesses um livro e sempre deste os teus argumentos para não o fazer... o melhor é mesmo "deletar".

Beijinhos e continua assim, minha não pseudo-escritora