quantos indecisos andam agora por aqui

Monday, December 14, 2009

all i want for Christmas is... time

não gosto de ver o tempo a correr assim, como se não houvesse amanhã. literalmente. o pior é que, para dizer a verdade, não o vejo propriamente a passar: quando me dou conta já ele passou e não há sequer tempo para reflectir, porque as fases sucedem-se com a rapidez de uma pomba que acabou de ver milho no chão. é isto que realmente me stressa e irrita, isto do tempo ser uma espécie de luxo sobre o qual ninguém tem realmente poder.

dizer "não tenho dinheiro" passa completamente ao lado de dizer "não tenho tempo". de que vale ter dinheiro quando não se tem tempo para o aplicar?, pergunto eu. e não é apenas isso: não ter tempo é não ter dinheiro, como dizem e com muita razão. eu sei que ando às voltas com isto, mas o objectivo é apenas um: comprovar que o tempo é o supra-sumo dos luxos, aquele prémio que ninguém pode dar e que não sai em euromilhões nem outras lotarias do género, nem se pode emprestar nem se pode parar.

a vida é toda um grande ciclo de vícios, penso eu, enquanto subo pela rua não-sei-quê e vejo um semáforo fechar-se sobre o vermelho. parar é stress, ficar parado quando se tem muitas coisas para se fazer é ansiedade, ansiedade é atitudes estúpidas, atitudes estúpidas são morrer antecipadamente, em grande parte dos casos [notar o exagero próprio de quem não está preparado para menos uma semana antes do Natal]. portanto parar é igual a menos tempo. sim, é um paradoxo. às vezes fico a pensar nestas coisas no comboio, enquanto vejo a vida tumultuosa que se agita ao redor de cada uma das estações.

por outro lado, ter muito tempo pela frente significa ter de trabalhar para se ter as comodidades que nos permitam uma existência minimamente feliz. o problema é que trabalhar, nos dias de hoje, significa dar o litro ou mesmo muitos almudes, tantos quantos nos é possível. e trabalhar assim não nos permite aproveitar o tempo que as comodidades nos permitem ter, por nos prolongarem a existência, por ela ser  minimamente feliz - minimamente contentada >>> riscar o que não interessa [sim, estou a dizer que a felicidade significa anos de vida, uma vez que viver uma existência com qualidade pode ser substituída por "ter uma grande vida", coloquialmente falando]. para resumir as coisas, cito Miguel Esteves Cardoso (não me lembro de onde, não me lembro quando, não me apetece googlar): «Quanto mais precisas para viver, mais tens de trabalhar e menos tempo tens para ti».

e é isto. o melhor que se pode desejar a quem se gosta muito é: muito tempo. e é isto que vou desejar este Natal. muito tempo, porque amanhã é muito depressa, mas hoje ainda é mais e quando damos por nós já é ontem e suspiramos pelo passado. não pode ser assim.


"happiness is a sad song..."

3 comments:

Anonymous said...

O tempo pergunta ao tempo quanto tempo tem. O tempo responde ao tempo que tem o tempo que o tempo tem.

Se não é assim é algo parecido!!!

Beijocas doces deste teu atento leitor.

Jace

Only Me said...

Andamos todos sem tempo...
Ainda nem sequer consegui pensar no Natal... E lá vai o tempo a fugir, sem que eu o possa prender numa caixinha para mais tarde usar...

Beijinhos Luna, e boa semana

Sara non c'e said...

Como te compreendo... a falta que um dia comk 30 horas não me fazia neste momento!!!!!
(e por isso é que ainda não visitei ninguem desde que cá estou... nem uma msg ao Manel eu mandei... morri para a vida social :( )