Quando o tema é leitura, não consigo ficar calada. Muito menos depois de ler este artigo (de opinião, de Francisco José Viegas).
Nada melhor para expressar a minha [humilde] opinião do que esta frase,"Na promoção da leitura precoce estamos a estimular a saúde futura de toda a gente", de Rizério Salgado (um médico que prescreve a leitura a partir dos seis meses!). Nada mais acertado.
Não venham os apologistas da não violência falar de relatos violentos, das mensagens subliminares ricas em símbolos semióticos de estórias como o "Capuchinho Vermelho" e outras que tais. Vivemos rodeados de violência, principalmente através da televisão. Já se lembraram de se pôrem à frente das crianças e desligar a televisão? [para logo a seguir lhes colocar um livro no colo?].
Contestações à parte, ler nunca fez mal a ninguém... quanto muito cansa os olhos. Ou melhor, descansa-os da poluição visual a que estão sujeitos todos os dias (e não estou a falar de pessoas feias com que nos deparamos no quotidiano nem de obras de arte "menos boa").
Por isso aplaudo, claro, o Plano Nacional de Leitura. Claro que sim! Com livros estilo "Uma Aventura" se torce o pepino! E há por aí muitos pepinos para torcer, que é como quem diz, muitos leitores latentes para converter ao activo! Contudo, não deixemos as nossas crianças ficarem por aí. Há muitos clássicos à espera de serem lidos, nas suas prateleiras empoeiradas, nas suas caixas fechadas em sótãos, nas estantes das bibliotecas, nas bibliotecas privadas dos familiares e até nos caixotes de lixo [eu sou testemunha de tal barbaridade]. O pepino é torcido, mas só é, de facto, partido em dois, quando se evolui e se descobrem novos horizontes. Porque ler é um acto evolutivo...
«Ler bem é, também, aproveitar a felicidade de ler, se se é feliz ao ler um livro que se amou. Mas não se trata de uma virtude cívica. » diz Francisco José Viegas.
A questão é que até aprender aproveitar um livro ou mesmo amá-lo não é fácil. Aliás é dificílimo. Amar um ser inanimado, mas que se move como um filme na nossa imaginação...amar as palavras e os cordões de palavras... tem muito que se lhe diga... e é preciso muito treino para se chegar a esse nível de excelência.
Se os gostos se educam? Eu penso que sim. Já me dizia, muitas vezes, uma professora que, "burro velho aprende, sim, línguas, desde que seja bem ensinado". Os hábitos de leitura talvez sejam difíceis de ensinar, mas há gostos para tudo e tudo para todos os gostos. Logo, todos têm oportunidade para aprender a gostar de ler.
Os livros previnem as doenças do espírito, que são as mais viscerais que existem [paradoxal, mas intencional]. Ao ler a pessoa pode viajar para mundos que de outra forma não conheceria ou mesmo incitá-las a ir a esses lugares (pessoal ou emocionalmente).
Não queria tornar este post tão filosófico, mas a objectividade escapuliu-se por entre os dedos, esvaiu-se da minha alma e derreteu de mim assim que comecei a regurgitar [alerta metafórico] sobre facto tão íntimo do meu ser.
[e esqueci-me da maior parte das coisas que tinha para escrever...]
"Happiness is a sad song..."
Nada melhor para expressar a minha [humilde] opinião do que esta frase,"Na promoção da leitura precoce estamos a estimular a saúde futura de toda a gente", de Rizério Salgado (um médico que prescreve a leitura a partir dos seis meses!). Nada mais acertado.
Não venham os apologistas da não violência falar de relatos violentos, das mensagens subliminares ricas em símbolos semióticos de estórias como o "Capuchinho Vermelho" e outras que tais. Vivemos rodeados de violência, principalmente através da televisão. Já se lembraram de se pôrem à frente das crianças e desligar a televisão? [para logo a seguir lhes colocar um livro no colo?].
Contestações à parte, ler nunca fez mal a ninguém... quanto muito cansa os olhos. Ou melhor, descansa-os da poluição visual a que estão sujeitos todos os dias (e não estou a falar de pessoas feias com que nos deparamos no quotidiano nem de obras de arte "menos boa").
Por isso aplaudo, claro, o Plano Nacional de Leitura. Claro que sim! Com livros estilo "Uma Aventura" se torce o pepino! E há por aí muitos pepinos para torcer, que é como quem diz, muitos leitores latentes para converter ao activo! Contudo, não deixemos as nossas crianças ficarem por aí. Há muitos clássicos à espera de serem lidos, nas suas prateleiras empoeiradas, nas suas caixas fechadas em sótãos, nas estantes das bibliotecas, nas bibliotecas privadas dos familiares e até nos caixotes de lixo [eu sou testemunha de tal barbaridade]. O pepino é torcido, mas só é, de facto, partido em dois, quando se evolui e se descobrem novos horizontes. Porque ler é um acto evolutivo...
«Ler bem é, também, aproveitar a felicidade de ler, se se é feliz ao ler um livro que se amou. Mas não se trata de uma virtude cívica. » diz Francisco José Viegas.
A questão é que até aprender aproveitar um livro ou mesmo amá-lo não é fácil. Aliás é dificílimo. Amar um ser inanimado, mas que se move como um filme na nossa imaginação...amar as palavras e os cordões de palavras... tem muito que se lhe diga... e é preciso muito treino para se chegar a esse nível de excelência.
Se os gostos se educam? Eu penso que sim. Já me dizia, muitas vezes, uma professora que, "burro velho aprende, sim, línguas, desde que seja bem ensinado". Os hábitos de leitura talvez sejam difíceis de ensinar, mas há gostos para tudo e tudo para todos os gostos. Logo, todos têm oportunidade para aprender a gostar de ler.
Os livros previnem as doenças do espírito, que são as mais viscerais que existem [paradoxal, mas intencional]. Ao ler a pessoa pode viajar para mundos que de outra forma não conheceria ou mesmo incitá-las a ir a esses lugares (pessoal ou emocionalmente).
Não queria tornar este post tão filosófico, mas a objectividade escapuliu-se por entre os dedos, esvaiu-se da minha alma e derreteu de mim assim que comecei a regurgitar [alerta metafórico] sobre facto tão íntimo do meu ser.
[e esqueci-me da maior parte das coisas que tinha para escrever...]
"Happiness is a sad song..."
6 comments:
"poluição visual"
Amei! E obviamente roubei! Isto é tornei meu! Quem não percebeu é porque não sabe o código para uma das mais complexas e abstractas linguagens que existem. O que não siginifica que não haja significado para estas palavras desconexas, significa que ainda não atingiste o sublime grau de compreensão! Oh burn burnn let you burnnnn!
"Porque ler é um acto evolutivo..."
Exacto! E se ler é um acto evolutivo ler um livro está a tornar-se obsoleto então o que temos de fazer é trocar um ecrã por outro!
As pessoas adoram dizer que é preciso ler mais e mais! E coitadinhos dos livros. E as árvores ninguém pensa nelas? Coitadinhas das árvores é o que eu digo! Querem ler? Usem a internet livros online, whatever!
Mas és capaz de ter razão em algumas das coisas que disses-te...
Escreves e nem avisas...em primeiro lugar gostei do teu sentido (pouco) crítico. No início parecia que ias falar mal de tudo e mais alguma coisa e acabaste perdidas pelas ruas filosóficas da leitura.
De qualquer forma, como em qualquer outro texto teu, penso que o teu ponto de vista está magnificamente descrito.
Ler é um acto evolutivo, assim como a maioria dos nossos actos.
Amar um livro é mais difícil do que amar até uma planta.
Os gostos, de facto, educam-se, mas é sempre bom começar-se de pequenino.
Os livros curam as doenças mais viscerais... pois com toda a certeza.
Belíssimo blog e texto. Apesar de se ter escrito da maior parte das coisas que tinha para escrever, o texto não perdeu nada para além de algumas ideias.O essencial está lá...
Ali ao colega de cima, Raistlin... ela falou em ler livros que estão nas prateleiras poeirentas, nas bibliotecas.Não falou em produzir mais livros para as pessoas lerem.
Os livros podem adquirir diversos formatos.O que interessa é que se leia, sejam em folhas meio carcomidas, seja em ecrâs tácteis, seja em e-books ou mesmo fotocópias desmazeladas (que posteriormente poderão ser recicladas)...
Além disso, o sublime grau de compreensão é relativo e muito subjectivo.
Sem mais e muito atenciosamente...
Luninha, como sempre surpreendes-me mm quando o tema já está batido...
E-X-C-E-L-E-N-T-E... keep on going...
Vai mas é ver a telenovela...
E podia ficar aqui a noite toda... mas não fico porque amanhã quero tar acordado para ler mais... =D
Concordo com o que tu dizes e só não consigo discordar de algumas coisas porque a tua armadilha de palavras estende-se sobre mim e eu dou por mim todo enredado... e em êxtase...
Isto não era para soar tão... weird.
Tu entendes-me xD
ok eu páro de usar bonequinhos... mas depois nunca sei como vais interpretar as coisas. Por isso vou continuar a usá-los.
Nunca percas a tua inspiração [porque a minha, já sabes, é da cor do chocolate]... corro o risco de soar lame, mas não há nada como ler palavras de pessoas inspiradas para se me sentir inspirado...
A minha preguicite aguda impediu-me de ler o teu post mais cedo... mas agora que li só posso dizer que gostei e que mais uma vez estou de acordo com tudo...
Eu mesma tenho pena de não ler mais e de os meus pais não me terem incentivado mais a ler quando era pequena...
E tens toda a razão quando dizes que as crianças deviam substituir a televisão pelos livros. Lembro-me (não sei como) do Marinho ter falado num caso em que a mãe retirou a televisão aos filhos e eles como passaram a ler mais, obtiveram melhores resultados escolares.
Se eu tiver coragem e oportunidade de ter uma criança quero ensiná-la a amar livros, ensiná-la a brincar sem tv ou net, ensiná-la a ser uma criança daquelas que a gente tem vontade de sorrir mal as vê, em vez desses pequenos monstros que eu vejo por aí a exigir tudo e a fazer birras atrás de birras e que me fazem dizer em voz alta: EU DETESTO CRIANÇAS!
Por fim e porque eu ainda não disse nada de muito estupido neste comentário deixo um link para um vídeo já antiguinho, mas que eu achei que de certo modo tinha a ver com o teu post...
http://www.youtube.com/watch?v=_Wud5vSIQ0I
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