O que fazer quando se quer ser jornalista num país que praticamente não lê? Num país que prefere deixar-se levar pelos veículos mais facilitados de ideias (e de publicidade), como é o caso do Destak ou do Metro?
Não vamos fazer, como "queridamente" nos diz uma das professoras: "Invistam! Criem jornais!"... no meio disto tudo, criar um jornal talvez seja o lado mais fácil da questão. O pior é arranjar quem o leia. Sim, porque os jornais que existem já são demais para um país que não lê.
Estaremos condenados? Talvez não. Se este país não tivesse tanto medo do jornalismo de opinião.
O jornalista é veículo da verdade sim. E que mais verdadeiro há senão os seus ideais, por mais contrários que sejam à realidade em que vivem? Devemos nós jornalistas e pseudo-jornalistas ignorar o nosso sentido crítico e apenas noticiar os factos como eles são?
Não digo que nos deixem enquadrar as opiniões nas notícias, isso não. Cada coisa no seu lugar! Mas por que não podemos nós ter artigos de opinião verdadeiramente ditos e não coisas que se parecem com crónicas de rotinas alheias, que interessam a uma minoria?
Não percebo este país...
Não somos analfabetos, mas quase chegamos a ser analfabrutos. O analfabetismo desceu muito nos últimos anos, mas o problema da pouca leitura ainda não diminui. Só uma em cada cinco pessoas entende o que lê, ou melhor, quatro em cada cinco portugueses não entendem o que lêem.
Não me admiro. A cultura é quase como uma bola de neve. Quando se lê mais, ficamos mais cultos e temos melhores ferramentas para contestar (e talvez melhorar) o mundo em que vivemos. De algo muito simples partimos para algo maior e mais concreto. Se não lemos e apenas nos informamos por meios de informação disfarçados (não vou referir casos concretos para não ferir susceptibilidades nem criar conflitos) não é de admirar que o país esteja neste estado.
Eu consigo encontrar exemplos concretos acerca deste assunto. No metro, a maior parte (das poucas pessoas) que têm um livro na mão são estrangeiros (ou têm cara disso).
Depois há o caso dos diários desportivos. Há cerca de quatro grandes jornais diários: Correio da Manhã, Diário de Notícias, Jornal de Notícias e Público. E há três grandes jornais desportivos diários. Aqui ao lado, um país com quatro vezes mais população, tem apenas dois jornais deste tipo.
Com isto tudo, não é de admirar que Portugal esteja em penúltimo lugar, entre os países da União Europeia no que toca à leitura de jornais diários...
"Happiness is a sad song..."
*espécie de (curto) artigo de opinião com base neste estudo- Sítio do Sindicato dos Jornalistas
Não vamos fazer, como "queridamente" nos diz uma das professoras: "Invistam! Criem jornais!"... no meio disto tudo, criar um jornal talvez seja o lado mais fácil da questão. O pior é arranjar quem o leia. Sim, porque os jornais que existem já são demais para um país que não lê.
Estaremos condenados? Talvez não. Se este país não tivesse tanto medo do jornalismo de opinião.
O jornalista é veículo da verdade sim. E que mais verdadeiro há senão os seus ideais, por mais contrários que sejam à realidade em que vivem? Devemos nós jornalistas e pseudo-jornalistas ignorar o nosso sentido crítico e apenas noticiar os factos como eles são?
Não digo que nos deixem enquadrar as opiniões nas notícias, isso não. Cada coisa no seu lugar! Mas por que não podemos nós ter artigos de opinião verdadeiramente ditos e não coisas que se parecem com crónicas de rotinas alheias, que interessam a uma minoria?
Não percebo este país...
Não somos analfabetos, mas quase chegamos a ser analfabrutos. O analfabetismo desceu muito nos últimos anos, mas o problema da pouca leitura ainda não diminui. Só uma em cada cinco pessoas entende o que lê, ou melhor, quatro em cada cinco portugueses não entendem o que lêem.
Não me admiro. A cultura é quase como uma bola de neve. Quando se lê mais, ficamos mais cultos e temos melhores ferramentas para contestar (e talvez melhorar) o mundo em que vivemos. De algo muito simples partimos para algo maior e mais concreto. Se não lemos e apenas nos informamos por meios de informação disfarçados (não vou referir casos concretos para não ferir susceptibilidades nem criar conflitos) não é de admirar que o país esteja neste estado.
Eu consigo encontrar exemplos concretos acerca deste assunto. No metro, a maior parte (das poucas pessoas) que têm um livro na mão são estrangeiros (ou têm cara disso).
Depois há o caso dos diários desportivos. Há cerca de quatro grandes jornais diários: Correio da Manhã, Diário de Notícias, Jornal de Notícias e Público. E há três grandes jornais desportivos diários. Aqui ao lado, um país com quatro vezes mais população, tem apenas dois jornais deste tipo.
Com isto tudo, não é de admirar que Portugal esteja em penúltimo lugar, entre os países da União Europeia no que toca à leitura de jornais diários...
"Happiness is a sad song..."
*espécie de (curto) artigo de opinião com base neste estudo- Sítio do Sindicato dos Jornalistas
7 comments:
Curto? de curto isto não tem nada. Nem sequer está curto na msg que quis passar.Como sempre muito bom.Acho que n há nada teu que leia e que não esteja no mínimo muito bom.
Mais uma coisa...se criares um jornal eu leio =/
Muito bm.Só não discordo pk tá excelente.
Hey qual é o problema do metro e do destak???? It's quality reading! xD
Continuando não pilim para comprar jornais decentes.
Finalizando deves ter a mania! xD
E concluindo esqueci tudo de decente que tinha para comentar deste post!
Primeiro, num país que não lê é mto melhor que se leia pelo menos jornais gratuitos.Mas é o caso da Margarida Rebelo Pinto.Um ou dois é bom, mais do que isso é demais.Tipo, ler Mtero e Destak até pode não ser mau desde que não se limitem a isso.
Segundo,adorei o teu sentido crítico e acho que o devias usar mais vezes.
Terceiro,concordo com os artigos de opinião.Aliás para mim, os blogs são artigos de opinião e se têm tanto sucesso na blogosfera, porque não fazer deles uma realidade nos nossos jornais?Já temos o Marcelo Rebelo de Sousa a dar a sua opinião na RTP...
Quarto, infelizmente também não percebo este país.Mas não quero perceber, porque aí talvez me conformasse e isso é a última coisa que quero...
Quinto, keep on going!
eu concordo, acho que temos jornais a mais e alguns de muito má qualidade, para a população que temos. porém os gratuitos podem dar uma ajuda no sentido de trazer mais pessoas para a leitura. muitos lêem esses jornais por serem de graça e ao faze-lo acabam por se informar, ainda que de forma muito básica, do que se passa à sua volta.
bom artigo continua.loool
Em primeiro lugar, o texto está realmente muito bom concordo com tudinho. Segundo, o meu comentário vai-te parecer estúpido e sem sentido, não te preocupes isso é perfeitamente normal…
Acho que a palavra chave é mesmo analfabrutismo :D
Na minha humilde opinião, tudo começa com o filho da puta do Salazar...
Enquanto os outros países iam ficando cada vez mais evoluídos, nós, "os coitadinhos", íamos ficando cada vez mais analfabetos... e quando nos apercebemos que os outros já iam lá à frente tentámos corrigir os erros à pressa. E lá diz o ditado "depressa e bem..."
Por isso foram reformas e mais reformas e o ensino português está cada vez pior...
Os portugueses não são burros, são simplesmente preguiçosos, porque desde o início os ensinam a ser preguiçosos. Vai-se facilitando o ensino aos meninos (Provas globais? Oh coitadinhos isso é muito complicado…) a ver se ficamos com o mesmo grau de alfabetismo que os outros... Opta-se pela quantidade em vez da qualidade e depois vai-se a ver na prática, todos sabem ler e escrever, mas será que o põe em prática?
Uma coisa que me tem irritado nestes últimos tempos, e que eu acho que reflecte esta correria para sair da cauda da União Europeia, é o programa Novas Oportunidades. Aquilo não passa de uma ilusão, é tirar as pessoas de empregos humildes, mas fixos para os meter em aventuras a tirar cursos que só os vão levar a um lado: ao desemprego! Isto pode parecer muito cruel, mas na realidade não estou a ver um patrão a preferir empregar um gajo que esteve um monte de anos parado a um jovem acabadinho de sair da faculdade ansioso por começar a trabalhar…
Resumindo este tema tem panos para mangas… E pelo caminho que as coisas estão, parece-me que vamos ter tema de conversa por muito mais tempo…
PS: Acho que vou concretizar o sonho da Suzaninha e vou abrir uma “Carina” na Terceira :D para cobrir os mexericos de uma ponta à outra da ilha!
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