quantos indecisos andam agora por aqui

Tuesday, January 15, 2008

Sem sentido?

“There are three choices in this life: be good, get good or give up.” (House episódio 9 da 4ª temporada)
E de repente já não tenho a certeza de nada. Talvez seja do tempo lá fora, que insiste em chorar para cima de nós grossos pingos de chuva que só falta serem salgados. Ou talvez seja da altura do ano, porque o natal já se foi e o novo ano começou e o meu aniversário aproxima-se. Ou talvez seja das circunstâncias, de todas as coisas que tenho para fazer e apenas por obrigação, não por gosto. Podemos ser bons, (tentar) ficar bons ou simplesmente desistir. Mas e quando estamos a tentar ser bons, mas tudo o que nos apetece fazer é simplesmente mandar tudo pelos ares? Não se trata de rever prioridades, nem de cansaço, apesar de ele existir, nem de tristezas absurdas, nem que perdas sentimentais. E também não é um simples amuo. É tentar e tentar e tentar, mas nem tudo dar certo e não ficarmos suficientemente felizes com o que deu realmente certo para nos libertarmos do falhanço de algo ter dado errado. Chorar por ganhar e por perder, sem chorar mais por apenas uma dessas opções.
O estúpido é que ninguém é bom, pelo menos não totalmente. A maior parte de nós encontra-se na segunda opção. E vêm tipos como Edgar Morin falar de higiene existencial e de que “É necessário um calo de indiferença para não se ser decomposto pela dor do mundo.” Não duvido, mas não consigo. Talvez indiferença, para mim seja como desistir. E é exactamente por isso que começo a ficar preocupada com as desculpas que por vezes dou para não fazer certas coisas ou com o tentar ser boa em qualquer coisa e não ter vontade suficiente para chegar lá.
Por vezes pergunto-me se vale a pena. Mesmo que me respondam com a célebre frase da alma pequena e que me venham dizer que é impossível que a minha não seja grande o suficiente para abarcar todas as emoções que me atropelam e todos os pensamentos que me invadem, não consigo deixar de indagar sobre a razão de tudo isto. E pergunto-me por que tomei determinadas opções, por que enveredei por determinadas escolhas nesta altura, tão pouco propícia a algo que não seja ter a cabeça no lugar certo e o espírito concentrado no que se tem que fazer. Que não é pouco, mas que também não é tão importante como pensávamos.
E é quando vamos àqueles sítios do costume, com as pessoas que estão sempre lá e que insistem em mostrar que nunca nos vão abandonar, com os sentimentos que nos acompanham sempre, mesmo que não queiramos, que me pergunto se vale mesmo, mesmo, mesmo a pena, porque se não vale estou a desperdiçar tempo. E o que acontece quando tudo o que faço parece um desperdício de tempo? Não faço nada? Continuo a fazer tudo? Desisto? Continuo a achar que as conversas são importantes, mas se ao menos o relógio parasse por momentos. Podia ser que conseguisse retomar esforços. E quando tudo nos parece despropositado?
Podia ser que um chocolate quente me desse algum conforto em tardes como esta e que aquele sorriso ou aquele abraço consertassem o que está errado, mas tudo parece pouco comparado com… nem sei com o quê, porque não sei transmiti-lo em palavras. Poderia transmiti-lo em lágrimas, em estilhaços de vidro, em folhas no chão, em gritos no ar, em silêncios profundos. Mas não consigo. Quem me dera ser imune a certas coisas! E tu, mesmo que penses que compreendes, estás errado, porque eu sou eu e tu sabes que não me consegues ler os pensamentos. Quem me dera que conseguisses, porque assim ajudavas a organizar os pensamentos. Colocá-los por categorias? Coisas boas, quase boas e desistências. Talvez uma categoria só para ti. E talvez outra para as nossas conversas. Mas só se puder guardar um soundbite das tuas gargalhadas.




"We are all in the gutter, mas some of us are looking at the stars."(Oscar Wilde)
[e como depreendo que ninguém deve ter percebido este post, quanto mais tudo aquilo que sinto, categorizo isto como abstracto…]


“Happiness is a sad song…”

5 comments:

Anonymous said...

Tens razão. Não percebi muito, mas há muito que me deixei de tenar perceber-te =p no entanto gostei, porque tens a alma cada vez mais aberta para nós através das tuas palavras...

Anonymous said...

Aha! Andas a ver o house... sniffle...e nem partilhas... mas, bem escolheste uma boa frase... além disso, se eu pudesse mesmo mesmo mesmo escolher uma alma... escolhia a minha! porque assim podia deliciar-me com o que escreves, o que deve ser muito mais interessante do que ler as próprias palavras, ou pensamentos... ui estou confusa...

m said...

a frase do House diz tudo!

beijinho :)*

Carlos said...

olá

Acho que entendo bem, tudo isto q escreveste e talvez aquilo que não conseguiste transmitir, porque isso vai profundo em teu ser...
ás vezes é muito dificil quando fazemos ( ou tentamos ) ser muito, certinhos e pensar mais nos outros , que eventualmente em nós. agora na minha , ( só minha opinião ) eu tb acho q é muito importante fazer aquilo q gostamos, também acho q a indiferença por vezes se torna algo de cobardia....
Ainda bem q tens essas interrogações,mostram a tua sensibilidade...
São muito importantes as conversas.
ainda bem q ninguém nos consegue ler os pensamentos ( aí pelo menos conseguimos ser mesmo nós ),mas tenho a certeza que um dia alguém te vai entender , e talvez , e porque não , só no teu olhar , se encontrar em ti, e sorrir porque sente também o q te vai na alma....


ViVe , VIVe , Vive
Desistir , PAra quê? chora , ri, grita ........


bj

Liliana Carvalho Lopes said...

May I enter House's third "door"?
snif há muito que penso nisso e sabes que tu és um daqueles fios que me prende não sabes? Espero que sim.

WY****