Roubo o título nem sei a quem, mas sei que já o li algures. Sinceramente, não concordo com o (des)acordo. Ninguém me vai conseguir encaixar na cabeça algo contrário ao que aprendi nestes anos todos. Não. Não vou dizer "Oje o tempo está úmido" nem "É um ato terrorista" e faz-me confusão não pôr acentos circunflexos e também me faz confusão escrever com minúscula as estações do ano e pontos cardeais. Não concordo. Com tanta coisa urgente para resolver vão-me inventar um acordo onde não há acordo, do estilo ditatura da mudança, para mostrar que somos evoluídos? Se é para mostrar que somos modernos há coisas mais graves a resolver. Há muitas situações precárias, muitos recibos verdes, muitas reformas, muitas violências, muitos pobres. Desculpem-me mas a evolução de "pharmácia" para "farmácia" foi muito natural e até necessária. Agora "abrasileirarmos" a nossa língua parece-me forçado, tendencioso e nada inocente.
No meio disto tudo, Vasco Graça Moura é o meu herói. "Objectivamente - e, decerto, à revelia das melhores intenções dos negociadores portugueses - o Acordo, ao perpetrar tão crucial ablação, serve interesses geopolíticos e empresariais brasileiros, em detrimento de interesses inalienáveis dos demais falantes de português no mundo, em especial do nosso País". "Poderão estes países dar-se ao luxo de reciclar professores e de inutilizar milhões de livros e de materiais didácticos, de repente tornados obsoletos, para populações cuja alfabetização e cujo domínio da escrita e da leitura são bastante mais frágeis do que entre nós?".
E remato com o que me ficou no ouvido. "É uma disposição tão inócua como seria a que decretasse ser mudo o `f` da palavra `automóvel` ou o `x` da palavra `galinha`". E nisto bato palmas.
"Happiness is a sad song..."
No meio disto tudo, Vasco Graça Moura é o meu herói. "Objectivamente - e, decerto, à revelia das melhores intenções dos negociadores portugueses - o Acordo, ao perpetrar tão crucial ablação, serve interesses geopolíticos e empresariais brasileiros, em detrimento de interesses inalienáveis dos demais falantes de português no mundo, em especial do nosso País". "Poderão estes países dar-se ao luxo de reciclar professores e de inutilizar milhões de livros e de materiais didácticos, de repente tornados obsoletos, para populações cuja alfabetização e cujo domínio da escrita e da leitura são bastante mais frágeis do que entre nós?".
E remato com o que me ficou no ouvido. "É uma disposição tão inócua como seria a que decretasse ser mudo o `f` da palavra `automóvel` ou o `x` da palavra `galinha`". E nisto bato palmas.
"Happiness is a sad song..."
11 comments:
Bato palmas logo a seguir a ti.
É um ato inadmissível, pouco concetual e eu não me sentiria omem com "o" maiúsculo se aceitasse tal (des)acordo. Vamos lá a ver, é um fato inegável que a lingua é uma das partes mais gigantescas da nossa cultura.
Sim Luna, de fato o tempo oje está úmido... blah nunca me vou habituar a isto...
G.S.
Também acho que nunca me vou habituar. O tempo hoje está húmido, homem! =D
Eu não consigo compreender qual é a urgência desta mudança repentina e ilógica da ortografia. É óbvio que para quem dá montes de batentes na língua PORTUGUESA a coisa até pode ser boa, uma vez que não tem que se preocupar com isto (notar a ironia). Mas a questão é que EU ESTIVE TANTOS ANOS A APRENDER PARA NO FINAL DE TUDO SAIR BURRA?!
Gente que não tem mais nada que faça! Portugal, bom como já está, ainda perde MAIS a sua identidade com esta "brincadeirinha" de certos e determinados senhores que um belo dia de sol ou de chuva (não interessa), acordam muito idiotas (nos dois sentidos do termo)batem com a cabeça nalgum sítio e acham que, sim senhores, é uma "excelente ideia" 'abrasileirar' a coisa. Estalam os dedos e PUFF não se fez chocapic mas sim, uma "mudançazita" no nosso PORTUGUÊS de forma a não haver "desigualdades" (responsabilizo-me pelas aspas) entre países e para ser mais fácil os outros povos entenderem e consequentemente aprenderem o dito PORTUGUÊS, que NÃO é de Portugal! (sim, com este acordo, o português é brasileiro!)
Na minha opinão, é uma vergonha este acordo entre "meia dúzia" em milhares!
Tenho dito!
Ups e com este escândalo todo esqueci-me de mandar beijinhos!
"Beijós para você, cara!" ERR!
Beijinhos à portuguesa *
Gostei da tua 'crónica':)
E,tal como qualquer pessoa que esteja no seu mínimo juízo - o que já não é pedir muito - também não concordo com este (des)acordo ridículo. É mais uma perda de identidade...
Enfim.
Beijinho:)*
Marta,
nem vale a pena dizer que concordo em abosluto com o que dizes. Beijinho pa ti também =D
Bruxinha,
concordo com a perda de identidade. Mas parece que isso temos vindo a perder há muito. No entanto, a língua parece-me que é A perda...
Biju***
Fico muito feliz por ler que maninas da vossa idade tencionam (dentro do que vos fôr possível) resistir a esta vergonha!!!! Sinceramente, receava que essa fosse uma opinião mais frequente em pessoas da minha faixa etária. Se os actuais estudantes oferecerem resistência, pode ser que esta estupidez de nos quererem obrigar a escrever em brasileiro, volte para onde não devia ter saído: para a gaveta!
Este país vai mesmo de mal a pior. Já nem falo na inversão das prioridades, porque nem tem discussão.
(estou a olhar para os livros da "biblioteca" cá de casa e a pensar: - meus amigos, vocês estão todos obsoletos)
Será que o Ministério da Cultura está neste momento reunido para decidir a próxima medida que será: obrigar-nos à pronúncia? Emigro...
minina...sê tá cerrrta meismo!!
Beijo e bom fim de semana.
(E CÁ POR MIM, NÃO HÁ ACORDO NENHUM PORQUE EU NÃO FUI CONSULTADA, MAS SIM INSULTADA!)
By myself,
Também olho com pesar para a minha estante de livros... penso no acordo como um insulto para com as "criaturas" de que mais gosto e não compreendo porquê, porque essa é a única coisa que eu gostava de saber. Porque é que nos insultam? Logo agora que eu até estava a simpatizar com o ministro da cultura... enfim..
Biju***
Olá,
concordo com a myself,somos da mesma geração,mas admiro a vossa , que afinal tem de rasca.
eu também fiquei a admirar , ainda mais o Vasco Graça Moura.
é a coisa mais humilhante deixar-nos colonizar..enfim...
bj
queria dizer;
que afinal,nada tem de rasca»
perdoa...este pseudo escritor.
bj
"é a coisa mais humilhante deixar-nos colonizar"... precisamente! Felizmente temos o Graça Moura, entre outros para defender a língua portuguesa...
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