"A compra, pelo grupo LeYa, das participações da Explorer Investments na área editorial, ou seja, aquilo que é conhecido como Grupo Oficina do Livro, constitui um marco na história da edição portuguesa. Nunca, até agora, um grupo económico e editorial conseguiu concentrar tantas marcas de edição, tantas empresas editoras outrora independentes, e ao mesmo tempo, deter um valor tão substancial em direitos de autores nacionais." (Francisco José Viegas in LER)
Oficina do Livro, Casa das Letras, Teorema, Estrela Polar, Sebenta, Dom Quixote, Caminho, Edições ASA, Texto Edições, Gailivro, Nova Gaia, a angolana Ndjira e a moçambicana Nzila, serão em breve todas "da" LeYa.
Nunca me cheirou bem essa coisa de concentrações, sejam verticais ou horizontais. Sou apologista dos pequenos comerciantes e do comércio tradicional, dos alfarrabistas e das pequenas (e livres!) livrarias que por aí andam, bem como das editoras mais ou menos independentes (se é que isso é possível), de tudo o que é menos industrial. Principalmente no que toca a livros. Sim, hoje tudo é negócio, mas isso não implica que se andem aqui a monopolizar os poucos êxitos livreiros que temos. Mas, no meio disto tudo, apenas me pergunto o que anda a Autoridade da Concorrência a fazer.
Não conheço nenhuma concentração que tenha trazido vantagens mais manifestas do que desvantagens. O que me parece que vai haver, e à semelhança do escritor Luís Graça que não teve papas na língua ao comentar, é menos trabalho disponível, mais grafismo do que palavra, mais preocupação com dinheiro do que amor pelos livros. Ah sim, e mais daqueles empregados, todos com farda igual, que não percebem nada de livros e têm de pesquisar tudo num computador. Concentração é negócios, "com livros no meio por mero acaso".
Não gosto de concentrações nem de iniciativas que relegam para segundo plano aquilo que é mais importante. Mas esperemos que isto seja tudo pessimismo meu, para bem da literatura portuguesa.
"Happiness is a sad song..."
Oficina do Livro, Casa das Letras, Teorema, Estrela Polar, Sebenta, Dom Quixote, Caminho, Edições ASA, Texto Edições, Gailivro, Nova Gaia, a angolana Ndjira e a moçambicana Nzila, serão em breve todas "da" LeYa.
Nunca me cheirou bem essa coisa de concentrações, sejam verticais ou horizontais. Sou apologista dos pequenos comerciantes e do comércio tradicional, dos alfarrabistas e das pequenas (e livres!) livrarias que por aí andam, bem como das editoras mais ou menos independentes (se é que isso é possível), de tudo o que é menos industrial. Principalmente no que toca a livros. Sim, hoje tudo é negócio, mas isso não implica que se andem aqui a monopolizar os poucos êxitos livreiros que temos. Mas, no meio disto tudo, apenas me pergunto o que anda a Autoridade da Concorrência a fazer.
Não conheço nenhuma concentração que tenha trazido vantagens mais manifestas do que desvantagens. O que me parece que vai haver, e à semelhança do escritor Luís Graça que não teve papas na língua ao comentar, é menos trabalho disponível, mais grafismo do que palavra, mais preocupação com dinheiro do que amor pelos livros. Ah sim, e mais daqueles empregados, todos com farda igual, que não percebem nada de livros e têm de pesquisar tudo num computador. Concentração é negócios, "com livros no meio por mero acaso".
Não gosto de concentrações nem de iniciativas que relegam para segundo plano aquilo que é mais importante. Mas esperemos que isto seja tudo pessimismo meu, para bem da literatura portuguesa.
"Happiness is a sad song..."
6 comments:
nada como aquelas livrarias cujas paredes são livros, onde anda um homenzinho velhinho e simpático a ''correr'' de um lado para outro, e subindo e descendo escada para encontrar um simples calhamaço. Nada melhor do que o cheiro dos livros!
beijinhos
Como eu gosto de livros. Como eu gosto de livrarias, de bibliotecas e de alfarrabistas. Como eu gosto das páginas amarelecidas pelo tempo e das duras encardenações já gastas pelas mãos e pelos olhos...
Gostei do que escreveste:) E sim, no final, vai ser só pessimismo teu:)
Um beijinho*
Bom, pessimista que sou, penso muito mal dessas coisas. Viste aquela coisa da polémica entre a Leya e a feira do livro? Pois. Agora monstro que é, se decide amuar estamos nós bem feitos ao bife... enfim, coisas... -.-'
beijo
Cda vez mais assistimos a este tipo de negócios que levam ao indesejável monopólio, nas mais variadas áreas, como o caso da Sonae, por ex. No que repeita às editoras, a mim afectou-me directamente, atendendo a que algumas das que mencionaste eram minhas clientes e o trabalho de impressão suspeito que vá cair em Espanha. O problema é a fragilidade financeira que também estavam a viver...
Beijinho
Estou de volta (das mini férias :p)!!!
A isto eu chamo uma OPA Editorial :p Como costumo dizer, a ver vamos... Mas espero que não seja prejudicial nem para a literatura, nem para os escritores, nem para os leitores!
Beijitos
Marta,
sou cliente assídua de muitas livrarias assim =D com paredes forradas de livros e de vez em quando com o velhinho simpático...
Bruxinha,
esperemos que estejas certa! ahh alfarrabistas... é uma das melhores coisas que o Porto tem!
G.S.,
felizmente já está tudo resolvido... sim, esse é o problema dos monopólios; se um monstro decide que não enquanto os outros decidem que sim gera-se o caos...
By myself,
infelizmente esta moeda tem muitas faces...
Veni_vidi_scribi,
foram boas as férias? esperemos que não seja prejudicial para nenhuma das partes...
Beijinho
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