O que é realmente bom, no meio de tudo isto, é lembrarem-se do nosso nome depois de um ano sem nos vermos, é conseguirmos divertir-nos mesmo com música péssima e totalmente sóbrios, é dançar pela noite fora até nos doerem as pernas, é conhecermos pessoas novas apesar de sabermos que no dia seguinte elas não se vão lembrar de nós, é encontrarmos algumas dessas pessoas que pensávamos que não se fossem lembrar de nós nos dias seguintes mas que se lembram inclusive do que estávamos a beber, é tomar o pequeno-almoço e fazer inveja a quem vai para o trabalho, é estar de cabeça fresca apesar de ter dormido pouco, é ir ao supermercado e comprar um monte de junk food e os nossos pais dizerem que estamos magrinhos e nos encherem de mais coisas boas, é fazer o nosso irmão sentir orgulho de nós e querer seguir o mesmo caminho, é ter números novos na agenda do telemóvel e não nos lembrarmos de como foram lá parar, é esquecermos desconfianças e rancores pelo menos durante uma semana, é esquecer tudo o que nos afectou durante todo o ano, ou durante estes 3 anos académicos. É não conseguirmos parar de pensar em coisas realmente boas...
Saio do autocarro apinhado, depois de finalmente ter arranjado um lugar sentada, ao fim de tantos dias de queima, e penso que esta foi a última queima enquanto estudante ao mesmo tempo que me despeço dos amigos. "Esta é a última" martelou durante toda a noite e vinha sempre à baila durante as conversas. Uma colega, dos Açores, chora baba e ranho e agarra-se a nós a tremer. A mim só me bateu quando pus um pé na rua ao sair do autocarro. "Esta é a última". Se estou triste? Nem por isso. Como disse o Bollycao, hei-de cá voltar e havemos de nos encontrar todos. Felizmente arranjei uma profissão em que tenho de estar constantemente a estudar. Isso ajuda muito. Subo a rua, onde só se ouvem os passarinhos e compro o Jornal de Letras na única tabacaria que está aberta. Não consigo resistir e começo a ler, enquanto caminho, sem me importar com o chão todo sujo (não há nada pior do que o chão do Parque da Cidade em dias de queima). Ainda sinto traços de álcool no sangue, por isso páro para um café e sinto o líquido morno na garganta irritada de tanto gritar, de tanto levar com fumo de marijuana e da rinite alérgica. Como um croissant acabado de sair do forno e leio as novidades. Durante quase uma semana senti-me num mundo à parte, longe das catástrofes e dos conflitos. Se queres que te diga, penso para o meu amigo imaginário, essa é a melhor parte. Mas agora, está na altura de regressar.
Foi a última. Ainda penso nisso, enquanto regresso ao meu caminho. Vislumbro outro autocarro cheio de estudantes. Acenam-me animadamente. Nós, os estudantes, reconhecemo-nos. Eu não levava cartola (não a queria amassar mais) e o nome do curso na minha camisola não era visível, mas mesmo assim souberam que sou estudante. Fazer parte dos movimentos académicos foi o melhor de quase tudo. Passar pela praxe e depois pela Real Tertúlia dos Bastardos, pelo Orfeão Universitário, pelas festas... cada coisa com a companhia certa. As pessoas certas cá estão, guardadas a sete chaves. Algumas presentes, algumas ausentes, mas cada qual importante à sua maneira...
Fui a primeira a chegar a casa. O resto do pessoal foi chegando aos poucos. Ainda conversamos um pouco, mas o cansaço toma conta de nós. Para o ano haverá mais. Mas mais disto não há...
"Happiness is a sad song..."
Saio do autocarro apinhado, depois de finalmente ter arranjado um lugar sentada, ao fim de tantos dias de queima, e penso que esta foi a última queima enquanto estudante ao mesmo tempo que me despeço dos amigos. "Esta é a última" martelou durante toda a noite e vinha sempre à baila durante as conversas. Uma colega, dos Açores, chora baba e ranho e agarra-se a nós a tremer. A mim só me bateu quando pus um pé na rua ao sair do autocarro. "Esta é a última". Se estou triste? Nem por isso. Como disse o Bollycao, hei-de cá voltar e havemos de nos encontrar todos. Felizmente arranjei uma profissão em que tenho de estar constantemente a estudar. Isso ajuda muito. Subo a rua, onde só se ouvem os passarinhos e compro o Jornal de Letras na única tabacaria que está aberta. Não consigo resistir e começo a ler, enquanto caminho, sem me importar com o chão todo sujo (não há nada pior do que o chão do Parque da Cidade em dias de queima). Ainda sinto traços de álcool no sangue, por isso páro para um café e sinto o líquido morno na garganta irritada de tanto gritar, de tanto levar com fumo de marijuana e da rinite alérgica. Como um croissant acabado de sair do forno e leio as novidades. Durante quase uma semana senti-me num mundo à parte, longe das catástrofes e dos conflitos. Se queres que te diga, penso para o meu amigo imaginário, essa é a melhor parte. Mas agora, está na altura de regressar.
Foi a última. Ainda penso nisso, enquanto regresso ao meu caminho. Vislumbro outro autocarro cheio de estudantes. Acenam-me animadamente. Nós, os estudantes, reconhecemo-nos. Eu não levava cartola (não a queria amassar mais) e o nome do curso na minha camisola não era visível, mas mesmo assim souberam que sou estudante. Fazer parte dos movimentos académicos foi o melhor de quase tudo. Passar pela praxe e depois pela Real Tertúlia dos Bastardos, pelo Orfeão Universitário, pelas festas... cada coisa com a companhia certa. As pessoas certas cá estão, guardadas a sete chaves. Algumas presentes, algumas ausentes, mas cada qual importante à sua maneira...
Fui a primeira a chegar a casa. O resto do pessoal foi chegando aos poucos. Ainda conversamos um pouco, mas o cansaço toma conta de nós. Para o ano haverá mais. Mas mais disto não há...
"Happiness is a sad song..."
9 comments:
Então patanisca? Tanta melancolia?? Mais disto não há, mas haverá sempre mais de qualquer outra coisa e vai-te saber tão bem quanto isso, senão melhor... vá, vá, não tarde está no JN! =D
beijo nessa bochecha fofa
Novas etapas te aguardam e cada uma com os seu encantos. Verás!
Importante: não percas esses nºs de telemóvel que não sabes como lá foram parar, pq te vão saber bem daqui por uns tempos.
Felicidades para ti!
Beijinho
Para o ano haverá mais. Mas mais disto não há...
Acho que com isto disseste tudo... A mim 4 anos souberam-me a pouco e se tivesse 8 continuavam a saber a nada. O que no ínicio me parecia nunca mais ter fim, revelou-se nos 4 anos mais rápidos da minha vida... Venha agora a responsabilidade, o trabalho (ou falta dele), o resto das nossas vidas...
E tu também lês o Jornal de Letras?! :D
FORÇA! BOA SORTE DAQUI PARA A FRENTE! ESTOU CONTIGO! :D
Beijinhos
Olá luna,
Guarda a sete chaves , estes momentos, pois de certeza serão únicos.
Deles, tira, tudo aquilo que te engrandece a alma e neles mergulha em conquista....
bj
G.S.,
sim, não tarde é Junho... e entretanto vou coleccionando mais de qualquer coisa...
By myself,
vou seguir o conselho ;)
Carina,
acabou-se a boa vida =p
Marta,
obrigado =D e sim, JL faz parte das minhas leituras quinzenais...
Carlos,
os momentos estão já trancados no sítio das memórias... não sei a quantas chaves porque já as deitei fora, para não perder os momentos ;)
biju***
(ai)
Solta nota de uma flauta
Um retrato preso à mão
Um tambor fora do compasso
Segue o bater de coração
Convido-te a partilhar as emoções
Deixadas pelos ponteiros de um relógio…
Doce beijo
awwww
espero que te lembres k o meu número foi parar à tua agenda telefónica pk gosto muito de ti, és das melhores pessoas k conheci na faculdade e vou recordar pra sempre os bons momentos :)
e vou ter muitas saudades tuas!
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