Crónicas dos últimos dias

Por aqui tudo agitado. É sábado mas vim trabalhar. Por ser para o JN não me importo. Comecei no dia da entrevista e segui um fotógrafo e uma outra jornalista daqui. Dei-me logo muito bem com os dois, mais com ele do que com ela. Ele conduz de forma "defensiva" diz ele. Ela ficou mal-disposta e teve de sair para ir ao gregório. Não conseguiu e lá seguimos para o incêncio que não aconteceu. Voltamos, mas a meio avisam-nos de um acidente. Vamos para lá, a outra jornalista vai entrevistando pessoas e eu fico na palheta com o comandante dos bombeiros. Voltamos. A uma esquina do jornal, a jornalista tem de sair para ir ao gregório. É desta. No dia seguinte toda a gente já sabe e é a risota.

Segundo dia, ou primeiro conforme a perspectiva, vou com outra jornalista para uma conferência de imprensa. Ela era da secção da cultura, mas com as mudanças no jornal (o que atrasou o meu estágio) passou para a secção onde eu agora trabalho, Grande Porto. As duas a começar. Correu bem e ainda deu tempo para fazer a secção "Eu reclamo!". Na notícia, propriamente dita, o meu nome apareceu no fim. Ao terceiro dia, ou segundo se não contarmos o dia da entrevista, andava eu toda orgulhosa por ter o meu nome no jornal. O segurança estava encantado por eu ter saído no meu primeiro dia. Aprende-se no terreno, disse-lhe eu enquanto ele chama um táxi para mim.

Terceiro dia, ou segundo, vou sozinha com uma fotógrafa muito simpática. Primeiro um rastreio auditivo, que em vez de notícia acabou por ser uma fotolegenda, e depois uma iniciativa de reabilitação de uma escola, que acabou por ter quase meia página. A iniciativa "Porto de Futuro" pôs 17 empresas a reabilitar 17 escolas. Ontem foi a vez da Unicer, uma empresa com a maior cota de mercado de uma marca de cervejas conhecida, mas que tem muitas outras bebidas. Através de um protocolo com outras empresas, remodelaram o jardim e pintaram os cacifos que estavam, diga-se de passagem, um nojo. Estiveram lá a Maria Gambina (estilista) e o Jorge Cássio (decorador), bem como uns quase 400 voluntários, de entre professores, alunos, auxiliares e colaboradores da empresa. Os miúdos estavam todos entusiasmados. Um deles pediu-me um autógrafo, o que me deixou embasbacada, depois de lhe assinar a pala do boné. O almoço foi servido pelo curso de empregados de mesa a decorrer na escola, que dá equivalência ao 9º ano. Dois dos "empregados" chamaram-me, a mim e à fotógrafa, de princesas e seguiram-nos para todos os lados, a fazer perguntas e a dizer piadas.

O objectivo de tudo aquilo é fazer com que os alunos se sintam bem na escola, que a tornem numa segunda e

por vezes numa primeira casa. E também previnir o abandono escolar precoce. Por mim, foi a primeira coisa que fiz sozinha por isso hoje, a olhar para o jornal penso que a vou mandar para os meus pais e eles de certeza que vão emoldurar. Que venham mais. Sim, daqui a uma hora cá vou estar a escrever mais outra.

"Happiness is a sad song..."