1, 2, 3, 4 - Plain White Ts
Ando num mundo (ainda mais) à parte. Longe de preocupações, problemas, ansiedades, depressões, angústias, tristezas. No mundo da melancolia. Às vezes batem-me à porta. Normalmente é correio. Do mundo real. Na maior parte das vezes fecho as persianas, corro as cortinas e deixo-me ficar no escuro. De vez em quando espreito à janela, mas apenas para comprovar que nada no mundo mudou. Depois volto para dentro e deixo-me ficar. Não sei até quando nem sei porquê. Às vezes é melhor assim.
Como é este mundo? Aqui está sol. Quando ele nasce escuto aquela melodia que ecoa "Here comes the sun tu ru ru ru". As nuvens são de algodão doce. Sei-o porque consigo voar e faço-o sempre que me apetece alguma coisa docinha. Cheira bem. A jasmim e a bolinhos. É quentinho. É povoado de frases de livros que guardo na memória. E acima de tudo é meu.
No mundo real isto é ser autista (por opção). Ou andar depressiva. Tenho gente atrás de mim a perguntar se está tudo bem. Claro que está. No meu mundo, sim. Neste pareço (ainda mais) alienada. Percorro com os dedos os blocos de notas que estão em cima da mesa de café e sinto na pele as palavras. Tomo em golos o café que me passam por cima do balcão e deixo a realidade focar-se em pormenores, só porque eles me saltam à vista. Saio à noite e vejo a lua, que nos persegue sem que (nem sempre) nos apercebamos, ou o mar que se suicida contra as rochas vezes e vezes sem conta, ou olhares que se cruzam com o meu.
Quando me beijas abro um bocadinho os olhos, só para ver se também estás com eles abertos. Raramente. E eu volto a fechar os olhos, mas a vontade de os abrir é mais forte que eu e olho para lá de nós, para esse mundo que partilhamos espontaneamente. E mesmo quando tenho os olhos fechados vejo-te disfarçadamente. E quando estamos no caminho de volta, sempre mais tarde do que devia ser, penso que devia deixar o meu mundo e vir para este. Contudo, posso continuar a beijar-te de longe, do sítio para onde entro de cada vez que chego à minha realidade. Vem tu para perto de mim.
Entrelaço as minhas mãos (sempre) geladas nas tuas, (sempre) quentes e tenho vontade de fugir. Mas a tua pele prende-me (a ti). E é por isso que, de vez em quando, saio do meu mundo para este. Mas trago comigo as palavras: são elas o mapa que me vai levar de volta.
"Happiness is a sad song..."
Como é este mundo? Aqui está sol. Quando ele nasce escuto aquela melodia que ecoa "Here comes the sun tu ru ru ru". As nuvens são de algodão doce. Sei-o porque consigo voar e faço-o sempre que me apetece alguma coisa docinha. Cheira bem. A jasmim e a bolinhos. É quentinho. É povoado de frases de livros que guardo na memória. E acima de tudo é meu.
No mundo real isto é ser autista (por opção). Ou andar depressiva. Tenho gente atrás de mim a perguntar se está tudo bem. Claro que está. No meu mundo, sim. Neste pareço (ainda mais) alienada. Percorro com os dedos os blocos de notas que estão em cima da mesa de café e sinto na pele as palavras. Tomo em golos o café que me passam por cima do balcão e deixo a realidade focar-se em pormenores, só porque eles me saltam à vista. Saio à noite e vejo a lua, que nos persegue sem que (nem sempre) nos apercebamos, ou o mar que se suicida contra as rochas vezes e vezes sem conta, ou olhares que se cruzam com o meu.
Quando me beijas abro um bocadinho os olhos, só para ver se também estás com eles abertos. Raramente. E eu volto a fechar os olhos, mas a vontade de os abrir é mais forte que eu e olho para lá de nós, para esse mundo que partilhamos espontaneamente. E mesmo quando tenho os olhos fechados vejo-te disfarçadamente. E quando estamos no caminho de volta, sempre mais tarde do que devia ser, penso que devia deixar o meu mundo e vir para este. Contudo, posso continuar a beijar-te de longe, do sítio para onde entro de cada vez que chego à minha realidade. Vem tu para perto de mim.
Entrelaço as minhas mãos (sempre) geladas nas tuas, (sempre) quentes e tenho vontade de fugir. Mas a tua pele prende-me (a ti). E é por isso que, de vez em quando, saio do meu mundo para este. Mas trago comigo as palavras: são elas o mapa que me vai levar de volta.
"Happiness is a sad song..."
1 comment:
Luninha olha que às vezes é mesmo melhor andarmos nesse tal "mundo à parte". É verdade que os que nos rodeiam ficam preocupados connosco, porque estamos deprimidas e isso não nos faz bem... Mas a verdade é que cada um tem que ter um tempinho e um espaço só seu, e há que respeitar isso. Em relação a estar deprimida ou não, cada um tem os seus dias, e não há neste mundo nem no que virá ninguém que nunca tenha estado.
Cada um arranja maneira de fugir aos problemas, ou de tentar arranjar solução para estes. Arranja maneira de dizer não à saudade e à tristeza em si. Para ti (e por vezes para mim também), pelos vistos, é abstraír-se de tudo. Ficar uns tempos ímune ao que dizem, fazem ou pensam. A eles parece-lhes mal, a nós parece-nos ideal, isn't it?
E leva sempre contigo o mapa, pois nunca acabes com a hipótese de voltares, nunca!
Este texto Luninha, tá lindo!
Beijinhos grandes
Post a Comment