Para ser sincera, eu nem devia estar aqui a escrever, mas não resisti ao chamamento das palavras. Hoje está sol e as pessoas que passam na rua parecem contentes, com um sorriso enigmático de quem conhece um segredo só seu. Há pernas, braços e ombros à mostra, cabelos condensados em tótós, óculos de sol gigantescos, gelados suculentos, fruta fresca, turistas de máquina fotográfica a tira-colo. Partilho de um café, antes de chegar ao trabalho, com uma turista japonesa que descobriu a maravilha que é a "bica", numa chávena escaldada, para onde vai despejando açúcar e bebendo, despejando e bebendo, como um ritual insólito e muito doce. Pergunta-me se gosto de aqui viver, num inglês macarrónico, e desfaz-se em cumprimentos quando eu a levo até à paragem do autocarro.
Gosto de passar perto das pastelarias, porque cheiram a pastéis acabados de fazer e porque é aí que se concentram as crianças, com as suas roupas em ponto pequeno e os seus sorrisos em ponto grande. Gosto de chegar à frutaria e rir-me enquanto o senhor do balcão tenta adivinhar que fruta vou levar desta vez - "Não me diga que são cerejas? Ah não, já as levou da última vez e sei que não se repete. Pêssegos? Olhe para estes madurinhos, até parecem mamilos de Vénus!" - ou de passar pelos bancos de jardim e ver pessoas a olhar, de forma fascinada, para a serra.
Hoje não posso deixar de me lembrar de ontem: o cheiro salgado da maresia e o sabor doce, o frio das ondas e o calor à minha volta, o coração a bater mais depressa e ter-te ao meu lado, mas sentir já as saudades de hoje. E podia continuar a escrever, se não me tivesse aparecido uma pequena pilha de papéis aqui na secretária.
"Happiness is a sad song..."
Gosto de passar perto das pastelarias, porque cheiram a pastéis acabados de fazer e porque é aí que se concentram as crianças, com as suas roupas em ponto pequeno e os seus sorrisos em ponto grande. Gosto de chegar à frutaria e rir-me enquanto o senhor do balcão tenta adivinhar que fruta vou levar desta vez - "Não me diga que são cerejas? Ah não, já as levou da última vez e sei que não se repete. Pêssegos? Olhe para estes madurinhos, até parecem mamilos de Vénus!" - ou de passar pelos bancos de jardim e ver pessoas a olhar, de forma fascinada, para a serra.
Hoje não posso deixar de me lembrar de ontem: o cheiro salgado da maresia e o sabor doce, o frio das ondas e o calor à minha volta, o coração a bater mais depressa e ter-te ao meu lado, mas sentir já as saudades de hoje. E podia continuar a escrever, se não me tivesse aparecido uma pequena pilha de papéis aqui na secretária.
"Happiness is a sad song..."
6 comments:
Mamilos de Vénus?!?!?! Ah, homem tarado lol.
Começo a abominar o teu trabalho, que te faz escrever menos =/ bolas...
Eu também bebia assim o café, quando era iniciante na caféina. Docinho é que era bom. E agora tomo sem açúcar nenhum. E isto foi uma informação deveras interessante LOL -.-' vou ali chatear outras pessoas e já volto...
Beijo meu*
Simplesmente adoro a tua forma de escrever... porque és capaz de me fazer visualizar tudo, ainda que erradamente, porque certamente é apenas a minha imaginação a vaguear e não aquilo que tu realmente vês. De qualquer forma, é sempre uma forma de me sentir aconchegada a ti.
LY :)
tu fascinas qualquer um -.- e eu tou farta de ser uma pessoa repetitiva, mas pronto.. a originalidade não é o meu forte. JUAAASSS :') *
Oh amiga lunática... realmente hoje esteve muito calor ou então sou eu que sou uma braza!!! ;)
Ai... Mamilos de Vénus!!! LOL
Quem te manda escrever enquanto tás no trabalho? Depois olha...toma lol
Este post fez-me sorrir, fez-me visualizar um belo dia assim. Adoro dias assim, ponho os óculos de sol e ipod e passeio como se o mundo me pertencesse e tudo fosse belo. Que maravilha existirem dias assim. Continua com posts assim :)!
Beijinhos
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