também eu vou falar sobre isto sem ter lido a obra.
que eu saiba estamos num país, num mundo, em que a liberdade de expressão é um direito. em que podemos ter as nossas opiniões, em que podemos discuti-las com quem tem opiniões contrárias, onde há debates e onde argumentar é quase uma máxima que rege o quotidiano. não estou aqui a defender alguém em específico, estou a defender uma ideia. a de que cada um tem direito a dizer o que bem quiser e apetecer desde que respeite os outros.
que eu saiba, a palavra crueldade não é um palavrão. que eu saiba já houve gente a dizer bem pior acerca do cristianismo e da igreja católica e da religião em geral. já ouvi chamarem a bíblia de obra de ficção. que eu saiba ele não é o único a tentar desmistificar a cegueira das civilizações contemporâneas em relação a factos bíblicos e os seus meneares de cabeça ocos de pensamento e os seus "oremos". disparate é toda esta convulsão de pareceres e críticas e manifestações de desagrado perante a opinião, e repito: opinião, de um homem.
o que faço eu que, ao que parece, sou do contra? aplaudo Saramago, pois claro.
convenhamos: o senhor Saramago é, sem dúvida [e na minha opinião, convém referir, para não ferir susceptibilidades] um homem de palavra(s). que sabe usar como ninguém a língua portuguesa ao ponto de, por vezes, a subverter [é preciso conhecer as regras para as contornar, disse uma vez, uma professora minha]. que tem uma imaginação prodigiosa. que sabe contar estórias e histórias como ninguém. por outro lado, já tem uma idade considerável e uma atitude de "eu-não-me-importo-com-o-que-pensam" que me faz admirá-lo ainda mais. não é que isso seja importante, mas contribui para explicar o meu ponto de vista:
toda a crítica negativa em relação ao livro está a funcionar lindamente como estratégia de marketing. eu aposto que o livro vai esgotar em menos de um sopro e que o novo livro do António Lobo Antunes vai permanecer na obscuridade por algum tempo. que venham mais escritores e livros assim que o mundo da literatura [portuguesa] estava parado há demasiado tempo e eu já bocejava de tédio.
que eu saiba, a palavra crueldade não é um palavrão. que eu saiba já houve gente a dizer bem pior acerca do cristianismo e da igreja católica e da religião em geral. já ouvi chamarem a bíblia de obra de ficção. que eu saiba ele não é o único a tentar desmistificar a cegueira das civilizações contemporâneas em relação a factos bíblicos e os seus meneares de cabeça ocos de pensamento e os seus "oremos". disparate é toda esta convulsão de pareceres e críticas e manifestações de desagrado perante a opinião, e repito: opinião, de um homem.
o que faço eu que, ao que parece, sou do contra? aplaudo Saramago, pois claro.
convenhamos: o senhor Saramago é, sem dúvida [e na minha opinião, convém referir, para não ferir susceptibilidades] um homem de palavra(s). que sabe usar como ninguém a língua portuguesa ao ponto de, por vezes, a subverter [é preciso conhecer as regras para as contornar, disse uma vez, uma professora minha]. que tem uma imaginação prodigiosa. que sabe contar estórias e histórias como ninguém. por outro lado, já tem uma idade considerável e uma atitude de "eu-não-me-importo-com-o-que-pensam" que me faz admirá-lo ainda mais. não é que isso seja importante, mas contribui para explicar o meu ponto de vista:
toda a crítica negativa em relação ao livro está a funcionar lindamente como estratégia de marketing. eu aposto que o livro vai esgotar em menos de um sopro e que o novo livro do António Lobo Antunes vai permanecer na obscuridade por algum tempo. que venham mais escritores e livros assim que o mundo da literatura [portuguesa] estava parado há demasiado tempo e eu já bocejava de tédio.
"happiness is a sad song..."
7 comments:
Pois claro que tinhas de ser do contra. Mas os teus argumentos são sempre bem esmifrados, é o que te safa sua peste =)
Tenho a dizer que nunca li Saramago e que não é agora que vou começar. Por enquanto, e a propósito de uma picardia tua, ainda ando a ler maus livros.
Beijo meu*
Pessoalmente detesto Saramago. Não só o homem em si, que foi um oportunista enquanto outros foram exilados, mas também a obra e aforma como escreve.
Ainda assim, vou fazer o esforço sobrehumano de ler o livro, e depois vou ponderar ;)
não "conheÇo" o senhor saramago ainda... mas apesar de saber que nao vou concordar c o que nesse livro esta escrito, quero le-lo ainda assim.
espero q esteja tudo bem ctg :) um dia destes "descarrego" la no blog..
beijoca*
LunaTic, minha amiga, Saramago mostrou porque lhe deram o Nobel. Ponto. Genial. Obviamente que assino por baixo tudo o que ele disse sobre a Bíblia. Já li por aí uns "intelectuais" invejosos, como o Pulido Valente a escrever baboseiras; dor de corno, dor de corno.
Beijo
Ó Rach, muita gente da resistência francesa passou por colaboradores do regime nazi para ajudarem os outros. O exílio, por si só, não justifica coisa nenhuma. Lembra-te do de Mário Soares, que teve um "exílio" dourado..
qual é a obra em causa, afinal? (no link não está lá a obra). e ele disse mal da bíblia? pois fez ele muito bem! pensei que era coisa pior...
em relação à liberdade de expressão, é um assunto controverso, pois a liberdade de uns pode ser o sofrimento de outros. assim, os neo-nazis, por exemplo, deveriam ter a liberdade de expressarem as suas opiniões de merda, mas na verdade só apetece dar-lhes tareias, e levam-nas mesmo, porque não há paciência para os aturar...
Já os li (ao Saramago e ao Caím) e francamente bocejei bastante!
Saramago é escritor e goste-se ou não do homem escreve por vezes admiravelmente. Quanto ao resto é um cérebro grande, uma boca enorme e um ego imenso.
Este é tipicamente um daqueles casos em que não devemos confundir a obra-prima do mestre com a prima do mestre de obras.
Parabéns pelas restantes indecisões!
Foi uma boa forma de começar o meu dia de hoje tê-las lido a todas!
Rui V.
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