quantos indecisos andam agora por aqui

Monday, December 07, 2009

gostei



conheço quem não tenha gostado e conheço quem, arrastado pela minha opinião, tenha gostado muito. eu, para dizer a verdade, adorei. é que sempre fui da opinião de que não há nada mais forte do que as palavras, nem sequer as imagens. e não é que estava um grande molho de gente a ler a capa, no quiosque da estação? devo dizer que, de há uns tempos para cá, tenho vindo a ficar cada vez mais curiosa quanto às capas do Público. Para dizer a verdade, assim que chego a Sintra, vou apressadamente até à janela do quiosque que exibe os diários para ver as manchetes e delicio-me com as capas que este jornal tem vindo a protagonizar naquela montra.

esta tocou-me de forma especial, não apenas por ser constituída apenas por palavras, mas pela mensagem apocalíptica-geradora-de-pânico que apregoa. talvez apregoar não seja o termo adequado, mas é mais ou menos isso. a nova religião dos tempos modernos é a urgência para o encontro de soluções no sentido de diminuir os danos causados e travar o envelhecimento do planeta. cá vamos nós rezando mães-nossos [à Mãe Natureza, claro está, como se ela pudesse resolver o estrago sozinha - mas também ela está a ficar velha e seca e raquítica].

é isso: o planeta sofre de velhice precoce e embora isto seja tudo um grande cliché, - toda esta conversa de que é preciso ter cuidado com a Terra e de que temos de nos unir em torno da problemática em questão - nunca é demais provocar nas pessoas o pânico, para que haja um mínimo de acções. é que tudo, hoje em dia, é instantâneo e as reacções são demasiado fugazes: é por isso que se recorre à técnica do "choque" para ver se a humanidade desperta. infelizmente, a meu ver, o sono é demasiado pesado para isso e este tipo de iniciativas são apenas interrupções para ir beber água a meio da noite. entretanto, o mundo vai envelhecendo - nós cá vamos acompanhando, com a camada da faixa etária mais idosa a engrossar - e há uns quantos que se vão lembrando de remendar os estragos com umas quantas injecções de botox que, no entanto, não chegam para mascarar tantas rugas.

e é isto que eu penso. agora vou-me deixar de metáforas e comparações para escrever coisas com algum conteúdo.


"happiness is a sad song..."

2 comments:

m said...

Também eu! Haja alguém a pensar nisto!
Beijinhos

ps: adoro o novo look do blog :)

RL said...

De vez em quando fazes-me pensar que tu pensas demais. Não tem mais nada para fazer? Devo dizer que me deixaste surpreendido. Eu cá detestei a capa, mas depois de ler o ponto de vista, estou indeciso.

A indecisão pega-se por contágio, está visto.

Devo dizer também, que devias ter ido para filósofa. Tipo a Jostein Gaarder ou lá como se chama, que torna a filosofia mais simples para os leigos como eu.

Beijo meu*