E se o céu derretesse?, perguntavas tu. E se o céu derretesse? Fitei os teus olhos, procurando uma resposta na tua alma. Mas os teus olhos não são espelhos, são reflexos. Não vejo a tua alma, dentro deles, como se apregoa por aí. Não vejo, porque tu não a queres [ou não podes] mostrar. E a minha curiosidade mata-me.
Quero saber quem és, como és, com quem queres ser. Quero que me mostres porquê, quando, onde. Quero que sejas, que faças, que mudes. Que me mudes.
Se o céu derretesse nós ficaríamos aqui, à espera que ele nos caísse em cima. Sentir o azul em pequenas gotas e o molhado em pequenas sensações. Degustar o cinzento, o pardo e o nublado. E não seria perigoso? Não te respondo, porque sei que a minha resposta trará mais alguma pergunta e agora não quero que fales mais.
Quero ouvir o som, a melodia que antecede o cair da chuva. O assobio? A gargalhada? O gargarejo? Talvez o dissolver das nuvens em pedaços de água. Quero ouvir, nem que seja para ter tempo de levar os olhos acima e ver a primeira gota, para a sentir antecipadamente tocar a minha pele, para ter tempo de suspirar e de sorrir e de receber de braços abertos a frescura do céu.
Posso ficar aqui contigo?, perguntavas tu. Olhos sorridentes, alma triste [porque sei que estás triste]. Claro, claro que sim! Sem ti a chuva não teria cheiro, não teria canção, não teria sabor. Claro que podes, podes ficar aqui comigo, de mãos dadas para sentir a chuva. Sim, o céu a derreter...
E eis que sentimos o chão vibrar de comoção e eis que a primeira lágrima [minha ou tua?] caiu e foi parar ao chão. E eis que não há primeira gota, mas sim um sem número delas que vai caindo de uma vez. De lá de cima. Como quem não consegue ver o mar todo de uma só vez ficamos parados. E o azul?, perguntaste. Não respondi. Queria dizer que o azul não se dissolve, está todo lá. Que o cinzento é inquebrável e que não há calor que o faça derreter. Que o céu está sempre lá e que há sempre uma cor diferente, que não sai e que nenhum pintor consegue imitar e que nenhum tom de olhos pode igualar. Queria dizer tudo isso.
Podemos ficar aqui para sempre?, inquiriste como se tudo fosse simples como o amachucar de uma folha de papel. Não sei, quis dizer. Mas o que me saiu foi... Vamos tomar um chá?
"Happiness is a sad song..."
Quero saber quem és, como és, com quem queres ser. Quero que me mostres porquê, quando, onde. Quero que sejas, que faças, que mudes. Que me mudes.
Se o céu derretesse nós ficaríamos aqui, à espera que ele nos caísse em cima. Sentir o azul em pequenas gotas e o molhado em pequenas sensações. Degustar o cinzento, o pardo e o nublado. E não seria perigoso? Não te respondo, porque sei que a minha resposta trará mais alguma pergunta e agora não quero que fales mais.
Quero ouvir o som, a melodia que antecede o cair da chuva. O assobio? A gargalhada? O gargarejo? Talvez o dissolver das nuvens em pedaços de água. Quero ouvir, nem que seja para ter tempo de levar os olhos acima e ver a primeira gota, para a sentir antecipadamente tocar a minha pele, para ter tempo de suspirar e de sorrir e de receber de braços abertos a frescura do céu.
Posso ficar aqui contigo?, perguntavas tu. Olhos sorridentes, alma triste [porque sei que estás triste]. Claro, claro que sim! Sem ti a chuva não teria cheiro, não teria canção, não teria sabor. Claro que podes, podes ficar aqui comigo, de mãos dadas para sentir a chuva. Sim, o céu a derreter...
E eis que sentimos o chão vibrar de comoção e eis que a primeira lágrima [minha ou tua?] caiu e foi parar ao chão. E eis que não há primeira gota, mas sim um sem número delas que vai caindo de uma vez. De lá de cima. Como quem não consegue ver o mar todo de uma só vez ficamos parados. E o azul?, perguntaste. Não respondi. Queria dizer que o azul não se dissolve, está todo lá. Que o cinzento é inquebrável e que não há calor que o faça derreter. Que o céu está sempre lá e que há sempre uma cor diferente, que não sai e que nenhum pintor consegue imitar e que nenhum tom de olhos pode igualar. Queria dizer tudo isso.
Podemos ficar aqui para sempre?, inquiriste como se tudo fosse simples como o amachucar de uma folha de papel. Não sei, quis dizer. Mas o que me saiu foi... Vamos tomar um chá?
"Happiness is a sad song..."
8 comments:
"Mas os teus olhos não são espelhos, são reflexos. Não vejo a tua alma, dentro deles, como se apregoa por aí. Não vejo, porque tu não a queres [ou não podes] mostrar. E a minha curiosidade mata-me."
Maravilhosamente delicioso...
Mesmo que não fosse assinado por ti, saberia que este texto é teu se o lesse algures neste mundo...
Por que insistes em torturar-me com as tuas palavras demasiado belas para as conseguir digerir na minha alma?
Melhor do que isto... apenas os teus olhos a olhar para o céu...
Vamos tomar um chá, sim, por favor! Quero tomar um chá e ouvir as tuas palavras! E ouvir a chuva bater nos vidros... chá, calor, chuva e uma boa conversa... ai Luna... era a melhor prenda de natal que alguém me podia dar...
:)
AMEI!
Vejo com os meus olhos tudo aquilo que escreves-te...
Também eu me identifico com o que escreves :)
_baci_
Vamos... vamos tomar um chá.
Em tua casa ou na minha?
Se o céu derretesse, tua passarias a ser uma estrela flutuante :p
Texto muito bonito. Parabéns!
Beijo "derretido" :)
Texto muito Lindo - Parabéns :)
E obg pela visitinha, volta sempre.
Bjo:)
(hmz)
I'm intrigued.
(hmz)
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