Crónicas soltas II

Gosto de dar voz aos protestos dos mais pequenos, aqueles que se não fosse "a malta das esferográficas", como chamam amavelmente à nossa classe, não teriam forma de se defender. Não gosto quando colocam demasiadas expectativas. Pensam que somos patrões de nós próprios e a verdade é que eu por mim escreveria uma página e, contudo, só me dão meia, porque o resto é para a publicidade que ajudaria a pagar o ordenado que ganharia se não fosse estagiária. Gosto quando as pessoas olham para mim com a esperança com que olhariam para um super-herói que os viesse resgatar de apuros. Não gosto de os desiludir, mas está sempre a acontecer.

Já comecei as mudanças (lentamente) para um novo poiso. Perto de um sítio que adoro, num sótão, coisa que sempre quis experimentar. O que custou foi subir ao 3º andar com caixas e mais caixas. O que custou mais foi subir uma escada apertada em caracol, para levar tudo ao meu cantinho que se revelou ser quase do tamanho da casa toda. O que me soube melhor foi poder ir a um sítio que dentro de um mês ficará apenas ao virar da esquina, para beber um chá delicioso de jasmim, gelado, e trocar dois palmos de conversa.

Ahh adoro o tempo quente e ao mesmo tempo detesto-o.

"Happiness is a sad song..."